09 julho 2008

Quem somos? ou quem podemos ser...

Quando você era criança bastava o sorvete, mesmo dividido.
Quando você era criança bastava a risada, de você mesmo.
Quando você era criança bastava o colo, depois do tombo.
Quando você era criança bastava o lápis e papel, você sempre coloria.
Quando você era criança bastava a pedrinha, e o barulho na água.
Quando você era criança bastava o pulo,você chegava no céu.

Agora você cresceu.
Nada mais é o suficiente pra te dar esperança.
Muitas coisas te cercam, mas sua tristeza contínua, está cada vez mais presente.
Sabe o que te falta?
Lembrar da sua infância e mudar o seu olhar pra vida.
Construa valores.
Dependa de abraços, sorria no espelho, olhe para o céu, levante-se, dispense a solidão e permita a troca.
O mundo não mudou tanto assim.
E Deus continua o mesmo.

Faz pouco tempo que eu passei pelo momento mais difícil de minha vida.
Vi minha mãe triste por ter perdido a confiança em mim e minha família solidária a ela.
Motivos diversos.
Tantas formas de resolver.
A mais provável, pela própria situação e tudo que envolveu, seria eu orgulhosamente dizer que não precisava de conselhos, de sermãos, que era forte o suficiente para fazer minhas escolhas, seguindo por minha conta e risco.
Afinal, é isso que aprendemos: nos valorizar! termos personalidade! as pessoas que nos aceitem do jeito que somos!... por aí a fora.
Parte de um discurso vazio, que faz cada vez mais nos distanciarmos daqueles que nos amam.
E os conceitos, incluídos nele, estão sendo corrompidos, " valorizar-se" está cada dia mais próximo de egoísmo, assim como" personalidade" combinamos, sem culpa alguma, à nossa capacidade de desconsiderar o outro e seus sentimentos, fazendo jus à sociedade que criamos .
É exatamente assim, que ocorre quando nos valemos de frases individualistas, do tipo "Me aceite como eu sou", para justificar nossos erros.
Individualidade, casada com egoísmo, nada tem em comum com a especificidade de cada um. Menos ainda com autonomia e liberdade.

Mas aconteceu um milagre.

O milagre do reconhecimento do erro, da vontade de reparar e da necessidade de sentir-se amparada.
Como o colo da infância, depois de um tombo.
Eu agradeço a minha mãe, pela chance e pela ajuda nessa reeconstrução necessária e desafiadora que a vida me estabeleceu, como critério para a felicidade.
Agradeço a disponibilidade e paciência da minha família neste processo.
Agradeço as minhas filhas, imensamente lindas, sendo ambas, remédios na dose certa pra me acalmar, limitando minhas dores, neste aprendizado, que é viver.

Eu agradeço a Deus por me permitir acreditar, que meu pulo alcança o céu.

obs: texto ainda em construção.

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