
Desde pequena eu gosto de rádio.
Pode me chamar de brega, mas é só ter a casa vazia, que eu ligo o rádio.
Gosto de gente falando.
Programa comunitário então!!
Mas programa musical não faz meu gosto.
Digamos que é um certo trauma, na verdade uma 'coisa' que me persegue...
Começou assim: quando fui morar em Goiânia, eu estava com 16 anos, deixei minhas amigas aqui, algumas lembranças.
Costume de associar pessoa à música.
Muita gente tem.
Escuta a música e lembra de fulano, outra trilha é para o beltrano e assim nós vamos...construindo laços "sonoros".
Mas veja bem, o assunto é rádio e então deixa eu juntar o fio da meada: estando em Goiania com saudades de pessoas em Cascavel, resolvi em uma certa tarde, telefonar para uma estação qualquer e pedir uma música que me fizesse relembrar boas coisas aqui do Sul.
Só que eu não queria me identificar.
Detalhe que até hoje eu não entendo, por que eu não podia me identificar estando em Goiânia??? Capital? Centenas de Marílias ou milhares..vai saber!
Então quando o radialista pediu meu nome eu disse: "...Juliana!"
Foi assim, no susto.
Ele anotou também o telefone e o nome da música.
...
Passou a tarde.Minha irmã chegou.
Ela e eu na cozinha conversando, toca o telefone.
Ela atendeu.
"Não. Você ligou para o número errado. Ganhou o que? Um 3 em 1? Sim, este é o número, mas eu posso te garantir que não mora nenhuma Juliana aqui."
Era época dos "3em1".
Eu não tinha nem um walkmann!
Não adiantou eu correr pro telefone e explicar que a Juliana era eu e que eu, me chamava Marília!
Perdi o prêmio e entrei em crise de identidade.
Meu outro trauma aconteceu em 2006 acho, um pouco antes de ter a Ana Clara.
Trabalhava no financeiro e era rotina verificar cheques ou fazer cobrança deles, quando voltavam sem fundo.
Pois bem, teve uma compra que isso ocorreu.
O dono do cheque era também proprietário de uma emissora de rádio e, ao preencher o cadastro ele colocou, como telefone de contato, o número utilizado para participações "ao vivo", durante seu horário de programa.
Quando eu liguei e a pessoa no outro lado perguntou "Com quem estou falando?" já achei estranho. Essa fala é minha! Mas ele continuou: "Marília! Obrigado pela sua participação! Você está falando de onde?" Eu olhei o cheque e caiu a ficha! Então eu só ri.
"Marilia, qual música você quer pedir?" Céus! Eu tentava falar que eu não queria música. Ele dava opções. Então fui obrigada a contar que estava no meu trabalho, liguei para o número anotado atraz de um cheque e, que eu realmente não queria ouvir música, porque nem rádio tinha onde eu estava!
Então foi a vez dele de rir.
Não tive coragem de cobrar.
Um comentário:
Marilia como voce escreve bem... seus textos sao engracados e fazem a gente mergulhar na historia como se vivessemos a vida com voce.
Parabens!!!!
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