13 outubro 2008

Será que não existe limite?!

Tudo que é extremo prejudica.
Educação ao extremo: condiciona.
Falta de educação: caos.
Eu não sei em qual cartilha, nos lemos que, para ser amigo do filho, devemos permitir todos os desmandos.
Pura falta de interpretação.
Se antes se corrigia com a vara ou com o castigo, hoje não se corrige.
Fomos de um extremo ao outro.
E agora?
Qual é o meio termo?
Estou tentando descobrir...
Segue em frente!

Quem pode mais?

11 outubro 2008

Viva todos os dias que fui feliz! Hoje sou ainda mais!

Amanhã eu vou lembrar do dia que vim ao Mundo.
Não sabia falar, não sabia pedir, nem mesmo pensar.
Eu era alguém que chorava para comer, para pedir colo e para trocar as fraldas!
Também era gorda.
Sim, nasci com 4 kg e algumas gramas.
Tinha cabelos negros e olhos azuis.
A Iracema, conta que, as enfermeiras andavam comigo pelo hospital.
Colocaram um laçinho vermelho, em meus cabelos e mostravam para todo mundo.
"Era linda."
Isto, ela quem diz.
Eu não lembro.
Não entendia nada sobre bonito ou feio.
Ainda não entendo mas... tranquilo.
Eu só chorava.
E a Iracema, ainda tinha cinco, em casa para cuidar.
Neste dia, das Crianças, nasceu no Policlínica, uma criança que foi amada, educada e muito feliz, até hoje!
Eu sou a sexta.
Mas eu sei que a Iracema cuidou de mim como se fosse a primeira.

Amanhã eu não vou postar.
Amanhã eu quero lembrar o dia que nasci.
Eu só chorava.
Ahhhhh...esqueci, a Iracema diz que, eu sou, a que menos chorava.

Para todas as crianças que são felizes, amadas e únicas!
Que nossa infância dure a vida toda!



Foto: Eu e minha filha Ju, nasceu no mesmo hospital que eu, por coincidência, com o médico que foi aluno/aprendiz, do médico que fez o parto da minha mãe, quando nasci!

09 outubro 2008

O que vocês estao fazendo ai fora?


Jogando bola.
Brincando de gato mia.
Andando no meio fio.
Jogando futebol.
Brincando de pega-pega.
Jogando pedrinha.
Contando até vinte, para o esconde-esconde.
Rolando na grama.
Olhando o movimento.
As melhores coisas estão aqui fora!
Dentro não tem a terra, nem a areia, não tem o gramado, não tem o poste nem
a molecada!!
Aqui a gente grita.
Aqui a gente ri.
Ri do outro e com o outro.
Cai, esfola e, depois, volta a correr.
Nesse espaço, quem ampara nossos gritos, é o Universo todo!
Não tem paredes.
Subimos nos muros.
Aqui fora, temos muitas chances, de sermos felizes.
Dentro?
Ficamos sentados, não podemos falar alto, pois ninguém escutará a televisão.

Brincadeira*:
s. f.,
acção de brincar;
divertimento, em especial, das crianças;
folgança;
gracejo;
zombaria;
serviço leve ou que se faz por entretenimento.








"Brincadeira", encontrada no Dicionário Online: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx
Foto: Thaisa, a brincar.

07 outubro 2008

O carrinho de picole.


Uma vez, o P. e eu estávamos vindo de algum lugar e, nos deparamos com um carrinho de picolé abandonado.
Ficamos olhando um certo tempo para termos certeza de que não tinha dono.
Dito e feito.
Nos crianças!
No carrinho: picolé!
Como de costume (pelo menos, na minha infância, este era o costume!)fomos ate nossa casa avisar a Iracema...trazendo o carrinho, óbvio!
Ela, não deixou que, retirássemos picoles do carrinho, para comer.
Ligou para a sorveteria e contou a situação.
Disseram que logo viriam busca-lo.
Ficamos na expectativa.
Certamente que, como recompensa, nos dariam algum, ou todos! De preferência.
Chegou um sujeito, recolheu o carrinho e disse adeus.
Nos fizemos o certo. Sempre tive certeza disso...Mas!
Nos, crianças!
O carrinho, picoles.
Ele...!

Nunca esqueci.
Tem coisas que ninguém se importa.
Mesmo que seja o mais correto.

Foto:http://flickr.com/photos/fabio2m/2523472128

Sem entender.

Tem gente que não entende os gestos, os gritos, os sussurros...
Não entende ou não deseja entender.
Algumas pessoas não entendem, mesmo com legenda.
Eu, realmente, gostaria que elas pudessem entender...

04 outubro 2008

Meios.

Estamos construindo os meios necessários para a pobreza.
Constantemente.
Mesmo sem entender.
Quando alguém nos chama à razão, advertindo-nos, buscamos respostas em outros males, outras tragédias e fica tudo mais ameno.
Medimos e comparamos, para aliviar nossas culpas:
"A fome é pior que frio."
"Solidão é melhor que violência."
"Morar na rua é pior que morar na favela..."
Estipulamos valores e graus para os sofrimentos do Mundo.
Esquecemos que a subjectividade da dor é tão real, quanto à sua presença, em qualquer situação, que cause sofrimento a alguém.
Então o que eu acho pode ser irrelevante mas, o que eu faço, não! Se alguém me diz que sua situação é de desconforto e que por este motivo ela sente muita dor e precisa de ajuda, eu tenho necessariamente que, agir em relação a isto.
Não basta ouvir, perceber ou conhecer.
A diferença, em não conhecer apenas, esta nas atitudes e praticas.
Se comparo a dor de quem mora na rua, com a dor de quem mora na favela - em situação de abandono - ou, estabeleço critérios, para saber se a fome doí mais que o frio, não estou lembrando de considerar os sujeitos em questão!
Estou apenas reflectindo sobre os reflexos, efeitos ou consequências.
Estou tornando as informação reais, de uma dores reais, em dados ou números para demarcar, seus lugares em "gráficos" sobre as mazelas produzidas a partir dos meios.
Aprendemos a ler as estatísticas, no entanto, isso torna-se mais um assunto na roda, na fila, na escola.
A dor do frio só existe porque o meio de sanar esta necessidade está obstruída, não porque a gente não entendeu os números...!
Assim como a dor da fome, dor da solidão, dor da violência, dor da pobreza...
Ate quando a gente vai reflectir sobre coisas que não pretendemos mudar?