30 junho 2008

A medida do copo.



Já passei dos limites muitas vezes, na ansiendade de ser feliz, na inocência, na incapacidade de calcular os riscos, enfim até mesmo por teimosia.
MAS repare no "acontecido " que me vi envolvida:
Eu tava secando o cabelo, no finalzinho da tarde e olhando pra fora, na rua...quando reparei que os dois meninos que estavam passando em frente de casa, carregavam uma boneca meio grande e também pesada. Os braços dela balançavam no ar, junto com a minha mente tentando entender o que era aquilo. Entendi a cena: dois adolescentes meninos, carregando uma menina.
Esquece o cabelo! Aquilo é uma pessoa?! uma menina: "Hey! aonde vocês estão indo? o que ela tem??"
A pergunta foi reflexo do meu espanto diante da cena. Eles tentavam apressar o passo, mas nós fomos mais rápidas. A Karla e eu.
Moral e desfecho:
Adolescentes bêbados e menina em coma alcoólico.
Nós imediatamente ligamos pra emergência, pouco resolveu: este atendimento não é feito pela unidade de saúde.
O pai do menino chega de carro e quer levar o filho embora. Meninos financeiramente bem. O outro já tinha corrido. A adolescente caída na calçada num estado lastimável. Inconsciente. Toda suja de vômito.
Ninguém queria colocá-la em seu veículo pra levar ao hospital.
Até que um vizinho se ofereceu.
O pai do menino não aceitou ajudar a amiga do filho.
Consegui localizar a mãe da menina e avisar que ela estava internada: a mãe estava trabalhando de faxineira num motel da cidade.
Dia seguinte:
Toca o telefone. Eu atendo.:
"Oi Marília, meu nome é......você me ajudou ontem...já sai do hospital, tô ligando pra te agradecer, mas VOCÊ SABE ONDE ESTÁ A MINHA BICICLETA?

Se produzimos a causa como não entender o efeito?

No álcool.

Um comentário:

Unknown disse...

Ma, nem lembrava mais disto!!!! Gostei muito de ler suas historias, vc sabe como se expressar. Continue, esta muito interessante. Um dia vou ai conhecer a Julia e a Ana Clara...