05 setembro 2008

Carta da Alice, logo que chegou em Boston / USA, em 20/04/97


Antes de reproduzir a carta que recebi de Alice, logo que aceitou o desafio de conhecer o mundo, queria dizer que, em tempos de EMAILs, esta carta, em folha de caderno, já é quase uma relíquia!!
Escrever ou receber cartas é tão bom (pelo menos pra quem nasceu no período anterior aos correios eletrônicos, como eu) mas aos poucos a sensação de abrir o envelope tem sido substituída pela mensagem: " Olá, Fulano@detal! Você tem 66 e-mails não lido(s) em sua caixa de entrada" para ter acesso basta um clique!
Não bastasse, Fulano@detal tem muitas opções para o destino daquilo que recebe, "Filtros", "Rascunho", "Quarentena" "Pastas" e até mandar pra "Lixeira" antes mesmo de ler.
Se na carta convencional, clássica, de papel, escrita a próprio punho,como esta que Alice me enviou, o Fulano receptor (caso fosse ele alguém que estivesse sendo alvo de alguma vingança ou coisa parecida...)corria o risco de se deparar com o Antrax ou uma Carta-Bomba, hoje nos emails, totalmentes virtuais nenhum Fulano@detal, está livre de se deparar com uma mensagem contaminada ou mesmo de conteúdos duvidosos.
Um é bactéria e outro virús.
O primeiro, que é bactéria, em sua forma de virús é altamente letal.
Manipulado por homens, para manipular homens, que por descuido ou desconhecimento entrem em contato com o "pó branco" geralmente colocado dentro de uma carta, torna a covardia palpável. Totalmente real.
O segundo, menos perigoso, indolor ao seu fisíco, mas em alguns casos dolorido ao seu bolso, mostra que a covardia prevalece às tecnologias e que nenhuma máquina pode tornar o ser humano, que é real, mais dócil e/ou amistoso.
Geralmente quem dá as cartas é quem tem mais condições no jogo.
Tudo bem, este é outro tipo de carta, mas o jogo é o mesmo: relações sociais estabelecidas pelos homens, construindo sua vida em sociedade.
Disputa-se para ter um vencedor.
No caso das cartas anteriores, seja virtual ou não, os receptores ainda são os mesmos: os homens.
Vou verificar meus emails, depois posto a carta integral da Alice, escrita em 97.
Tempo não volta.

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